UM CASO DE CHICO XAVIER, por Sidney Fernandes

UM CASO DE CHICO XAVIER, por Sidney Fernandes

Narra Ramiro Gama que a morte de Carlitinhos, de 24 anos, em plena robustez física, abalou o pai, o General do Exército Carlos Gomes, a mãe e demais familiares. Eles eram amigos de infância de Ramiro, que os levou, em maio de 1956, a Pedro Leopoldo, em busca de mensagem consoladora através da abençoada mediunidade de Francisco Cândido Xavier. Foram atendidos com carta esclarecedora do saudoso filho, que se identificou com seus conceitos, anseios e manifestação comovedora. 
Chico ainda identificou, ao lado do general, dois de seus queridos colegas de exército, já desencarnados, Ilha Moreira e Marçal Nonato de Faria. No momento em que o médium estava dedicando vários exemplares de O Evangelho Segundo o Espiritismo aos familiares do general, que já iam se despedir, de repente Chico parou e falou: 
— General, ao seu lado, entre outros amigos, está o espírito de seu irmão Zezé, que vem assistir ao ato fraterno da oferenda deste livro...
Todos os presentes ficaram sensibilizados, principalmente porque Chico não sabia que o general tinha um irmão já desencarnado, chamado José, que, na intimidade, era tratado por Zezé. Voltaram para o Rio de Janeiro com os corações agraciados e consolados.
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 Milhares de mensagens consoladoras foram recebidas por Chico Xavier, como eloquentes atestados da imortalidade da alma. Nos mais de 400 livros psicografados pelo grande médium, encontramos o conteúdo extraordinário do Espiritismo plenamente sintonizado com a pureza doutrinária do Codificador, Allan Kardec. A grande maioria das pessoas procurava-o, não pela essência da Doutrina Espírita, mas para obter notícias de seus entes queridos que haviam partido para o plano espiritual. 
No entanto, muitos dos que ali compareceram e acompanharam as comunicações mediúnicas passaram a se interessar pelos ensinamentos evangélicos. A princípio atraídas pelo fenômeno, depois integradas com os princípios do Cristianismo, que consolida a figura de Jesus em nossas vidas. Os espíritos estabeleceram uma parceria mediúnica com Chico Xavier, dada a natureza intelectual de que passava a se revestir a continuidade da mensagem espírita, complemento natural da Codificação. 
O grande sensitivo sofreu e teve suas estruturas físicas abaladas pelo ritmo de trabalho que desenvolveu. Todavia, mesmo sendo bombardeado por diversos problemas de saúde — doenças de pele, dos olhos, hérnia, labirintite, angina e próstata — desencarnou com a idade de 92 anos de idade. Suor e lágrimas em profusão não impediram que Francisco Cândido Xavier cumprisse sua gloriosa tarefa.